Sair da favela, comprar uma casinha pra família, colocar silicone, fazer um ensaio sensual. Na melhor das hipóteses, manter o status de celebridade instantânea - preferencialmente em algum programa de TV. Essas são metas comuns a ex-participantes do Big Brother Brasil. Com os três finalistas da última edição, não é diferente.
Marcelo Dourado, o campeão, já declarou que pretende sair da favela onde mora, no Recreio dos Bandeirantes, Rio. Fernanda, a vice, não esconde: está louca para investir parte do prêmio de R$ 150 mil numa prótese de silicone. E Cadu, o terceiro, já fazia ensaios para revistas antes mesmo de entrar na casa. Agora, então...
Em comum, todos têm a ânsia por tentar prolongar ao máximo a imagem super-exposta no programa. Mas, de um universo de mais de 150 ex-participantes de BBB, são poucos os que passam no duplo filtro do carisma e do talento. Sabrina Sato se estabeleceu como peça importante no sucesso do programa Pânico, tanto no rádio como na TV, mas foi Grazi Massafera quem atingiu o auge, o sonho de todo participante do BBB, ao virar "artista da Globo". Superou o preconceito inicial e hoje vive papel de destaque na novela das 7, "Tempos Modernos."
Há outras figuras que conseguem se manter na telinha, sem tanto sucesso. Iris Stefanelly, por exemplo, é apresentadora da Rede TV!; Kléber Bam-Bam, que chegou a fazer parte do programa "A Turma do Didi", hoje é "estrela" de um grupo musical de gosto duvidoso, juntamente com outro ex-BBB, Alan King.
Ainda há quem tenha 'apelado' um pouco mais: André Cowboy, participante da nona edição do BBB, acaba de lançar um filme pornô. É um jeito de continuar no "show business." Rogério Dragone, do BBB4, chegou a posar para revista gay. Depois voltou a trabalhar como coveiro.
Muitos se mantêm numa faixa intermediária de "fama" - sem talento reconhecível, continuam recebendo cachê para participar de "eventos". Fani Pacheco, por exemplo, será estrela de uma empresa de cosméticos numa feira erótica em São Paulo, neste mês de abril. Outros não precisam aparecer na TV para ter a certeza de que foram bem-sucedidos, como o professor Jean Wyllys, vencedor da quinta edição e que já lançou três livros desde então.A maioria não esconde, inclusive durante o tempo de confinamento na casa, que o objetivo é estar sob os holofotes. Mas o sol não brilha para todos, e a ficha demora a cair para alguns. O próprio Dourado, por exemplo, perdeu "tudo" o que havia conseguido após a participação no BBB4. Ano passado, depois de uma experiência fracassada na Nova Zelândia, foi morar numa casa simples na favela do Terreirão, no Recreio dos Bandeirantes. Ele admitiu que mal tinha dinheiro para comer. Agora que tem R$ 1,5 milhão, diz ainda não saber o que vai fazer.
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